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Sinopse

«Calvário» é palavra comum na nossa linguagem e em muitos lugares. Uma vida difícil é um «calvário» e até determinados sítios se chamam assim. Como «Cruz», que desde traço especifico a apelido de família, também, aparece. Mas nem sempre foi assim. Na antiga Roma dava nome a um terrível suplício. Tão terrível que as primeiras gerações cristãs demoraram um tanto a adoptá-la como sinal. Mas era inevitável que o fizessem, por significar, com todo o realismo, o ponto final da vida terrena do Fundador do Cristianismo, ponto inicial da vida da Igreja que vive da Cruz do seu Senhor. Logo o descobriu São Paulo, encontrando aí mesmo a sua glória, na Cruz em que Cristo inteiramente se entregara, fazendo do suplício uma dádiva. Cruz levantada no Calvário, podendo agora toda a terra ser tambéCalvário, transfigurado pela Cruz: de lugar de sofrimento, tornar-se em fonte de caridade e de paz. Aqui, as palavras comuns passam a comunicar o absoluto. O absoluto do amor de Deus feito um de nós, para nos resgatar duma vida sem Deus. Na verdade, só o amor de Cristo nos redime, qual Cruz luminosa, no Calvário transformado em Éden do homem novo. - Encontrámo-lo em Beire? Há várias décadas que muita gente o confirma. E em todo esse tempo o referem a um nome que tambése tornou comum: Padre Baptista. Conheci-o nos anos oitenta, das suas idas ao Seminário dos Olivais. Passavam por lá muitas pessoas e todas tinham coisas para contar, da vida da Igreja e do mundo, da Igreja no mundo. Mas o Padre Baptista não era assim tão comum; nem sequer falava da vida, era mais a vida que falava. A sua vida e a vida de tantos que fizera sua também. Vida e convivência, portanto. Porque o dia-a-dia que nos relatava consistia na atenção constante e mútua que idosos e enfermos prestavam uns aos outros, onde o companheirismo tomava o lugar do assistencialismo. Não teorizava, contava apenas. Como a história do doente quase terminal que acabou por durar anos, só porque lhe deram a oportunidade de jardinar. Como a outra, em que dois homens com grandes limitações físicas punham a mesa comum, complementando os gestos necessários que nenhum poderia fazer sozinho... Mas, por dentro destas histórias, está a densidade que as palavras comuns e as coisas comezinhas só alcançam quando as anima um coração como o de há dois mil anos no Calvário essencial. Obrigado, Padre Baptista! D. Manuel Clemente [Cardeal Patriarca]

 

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Autor

Henrique Manuel Pereira

Doutorado em Cultura, é Professor na Universidade Católica Portuguesa, Escola das Artes (Porto), onde leciona, entre outras, Cultura Portuguesa e Literatura Universal.

Investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL), do Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR), do Grupo de Estudos Literários e Culturais da Universidade de Aveiro, é membro do Conselho Científico de revistas académicas e da Cátedra Poesia e Transcendência - Sophia de Mello Breyner Andresen.

Autor de uma vasta bibliografia, em especial no âmbito da cultura portuguesa, de que se destacam os trabalhos sobre Guerra Junqueiro, é também jornalista, argumentista, produtor/realizador (pela New York Film Academy) de curtas e longas-metragens. Durante cerca de vinte anos realizou e apresentou programas radiofónicos (RR, RFM e Antena 2).

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