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Sinopse

Entre 1925 e 1930 Guiseppe Tomasi di Lampedusa viajou muito. Fez várias estadias nas capitais europeias. Descobriu a "doce beleza" de Paris e a "bonomia" repousante da "dilecta" Londres. Mas também o "fascínio perverso" e enigmático de uma Berlim lívida e "cruelmente metrópole". Deteve-se nas cidades universitárias. Visitou catedrais, castelos, parques. Percorreu paisagens já habitadas. Demorou-se nos museus. Frequentou salões, exposições e salas de cinema; casas de severa etiqueta e locais de divertimento: curioso de tudo, até dos mais banais acontecimentos. Os seus itinerários atravessaram a Áustria, a Suiça, o Tirol. Chegaram ao Báltico. Lampedusa tinha trinta anos. E viajava imerso na literatura europeia, com uma biblioteca portátil de citações estudadas. A própria viagem consumava-se em literatura. Escrevia para a Sicília, para o primo Piccolo, para o poeta Lúcio e para o pintor Casimiro. E as cartas entre descrições e piadas burlescas, tendiam a manifestar uma linha de continuidade, e a projectar-se como a maquinação romanesca de um «monstro» espantoso de escandalosa curiosidade; "monstruosamente" guloso e insidioso, apesar dos seus inócuos galanteios de discreto senhor. Lampedusa procurava dar de si uma imagem espectacular. E quando se detinha, nas várias etapas da viagem queria ser olhado de longe e exigia ser tomado por falstaff ou por um outro abade Coignard, «santo e porco» saídos do teatro de Shakespeare ou dos romances de Anatole France.
Do alto das suas ficções, o Monstro olhava para Palermo como um local distante mas não estranha ou indiferente. A cidade parecia-lhe ter uma anómala intensidade infernal, dominada no alto covil do Circolo por uma tribo de gatos de heráldica estirpe, preocupados com a absurda pretensão de desempenharem o papel de tigres reais, entre conquistas sodomíticas e sonhos mágicos. A Viagem Pela Europa conjuga as Memórias de um Turista de Standhal com o Pickwick de Dickens. O Monstro é, por intermédio dos irmãos Piccolo, o correspondente picwickiano do nobre Circolo Bellini de Palermo.
A sombra desta experiência narrativa projecta-se sobre O Leopardo, força-nos a repensar o romance.

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Autor

Giuseppe Tomasi Di Lampedusa

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