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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
- Categorias:
- Ano: 2024
- ISBN: 9789895664498
- Número de páginas: 302
- Capa: Brochada
Sinopse
Todos os livros colocam a questão porque escrevemos. George Orwell listou quatro motivos, o egoísmo, o entusiasmo estético, o impulso histórico, a intervenção política. José Saramago justificou que “escrevemos porque não queremos morrer. É esta a razão profunda do ato de escrever.” Patrick Modiano considera que escrevemos porque existe qualquer coisa dentro de nós que fermenta, que germina e temos que a enfrentar através das palavras. “Escrevemos para guardar uma memória e transmiti- la. Escrevemos para testemunhar.” Todas estas motivações se encontram no livro Viagem de um Capitão de Abril, de Aniceto Afonso. Podemos considerar que escrever sobre si é uma forma de renascer e de fazer renascer aqueles que amamos. Também são renascimentos que o livro de Aniceto Afonso nos expõe. E aqui entramos no labirinto interior de cada um de nós: Porque escrevemos o que escrevemos?”
[CARLOS DE MATOS GOMES (Prefácio)]
Mas naquele tempo, e em outros que depois se seguiram, preenchemos todas as ausências a que a vida nos obrigou com palavras que recebíamos, com alvoroço, em pedaços de papel. Sentíamo-las como evidências da nossa aliança. Fizemos assim o nosso caminho. As histórias vamo-las contando sempre que temos ouvidos atentos.”
“A guerra envolveu-nos de seguida, marcando profundamente o nosso dia-a-dia, e impedindo qualquer ensaio de razão alternativa ou qualquer pensamento discordante. Naquele ambiente, só uma pequena minoria tinha condições e capacidade para construir dúvidas. Até que se foram atingindo limites insuportáveis. E foi por essa via, em conjugação com a crescente saturação social e um descontentamento subterrâneo, que entrou a dissidência. Foi nessa perceção que se baseou a nossa hipótese, tomámos consciência de que era possível enfrentar a besta. Numa caminhada final, em urgente aceleração, chegámos ao dia do nosso contentamento, a 25 de Abril de 1974. E fizemos o que era necessário fazer, abrimos as portas à Liberdade.”
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