Vasco Araújo: Demasiado Pouco, Demasiado Tarde
Nuno Faria, Isabela Figueiredo, Pepetela, Vasco AraújoSinopse
Catálogo publicado por ocasião da exposição de Vasco Araújo «Demasiado Pouco, Demasiado
Tarde», apresentada na Plataforma das Artes e da Criatividade / CIAJG, Guimarães, de 25 de
Abril a 27 de Setembro de 2015.
O trabalho de Vasco Araújo (Lisboa, 1975) tem incidido de forma sistemática sobre a
história do colonialismo europeu e sobre os seus efeitos tragicamente duradouros, do ponto
de vista das dinâmicas relacionais de poder e de submissão entre homens de lugares e
culturas diferentes.
[
] aquilo que torna particular a investigação do artista em torno desta temática é o seu
interesse nas relações domésticas, íntimas, não confessadas, entre-muros, à volta da mesa
e na cama - relações tanto mais problemáticas, e consequentemente difíceis de
circunscrever, quanto difusas, turvas, que misturam o exercício de poder, de controlo e de
domínio com uma tessitura de relações humanas, de ordem afetiva ou sexual.
O artista traz para o seu terreno de investigação ferramentas e dados usados e recolhidos
por outras disciplinas, tais como a história, a antropologia, a sociologia, para construir
narrativas que se materializam em vídeo, escultura, pintura e fotografia. A exposição,
produzida especificamente para o CIAJG, cruza diversas fontes, visuais ou de texto,
recorre à história oral ou de proximidade, à literatura, ao património visual, da pintura
de história à história da fotografia.
[Nuno Faria]