A impressão generalizada é a de que Portugal tem graves lacunas em matéria de transporte ferroviário. 

Existem muitos territórios no país onde o comboio não chega, existem outros onde o comboio chega, mas apenas algumas vezes por dia e com uma viagem demasiado demorada até ao destino. Os comboios são antigos, para não dizer velhos, nem sempre andam limpos e atrasam-se com frequência.

No momento em que está em curso a construção do primeiro troço de Linha de Alta Velocidade em Portugal, temos a oportunidade de fazer uma refundação da rede ferroviária. A Alta Velocidade trouxe essa mudança qualitativa em todos os países onde surgiu, e as opções estruturantes sobre a configuração desta nova rede já estão, em grande medida, tomadas.

Se o automóvel e o avião ditaram o declínio do transporte ferroviário no longo curso, o surgimento da Alta Velocidade ferroviária voltou a tornar o comboio competitivo com ambos. Um Plano Ferroviário para Portugal debruça-se sobre o passado, o presente e o futuro da ferrovia e pretende contribuir para um debate que conta já com várias décadas.