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Tradições Religiosas entre o Tejo e o Sado - Os Círios do Santuário da Atalaia

Lusitânia

Luís Marques

Sujeito a confirmação por parte da editora



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Detalhes do Produto

Sinopse

Especialmente no litoral (de Setúbal a Coimbra), os Círios são confrarias populares que anualmente se deslocam a um santuário (por vezes afastado) em cumprimento de uma “promessa antiga” que a aldeia ou povoação teria feito em tempos idos (míticos). Esses habitantes que ciclicamente se dirigem ao velho local de culto constituem uma delegação da povoação e cumprem a “promessa antiga” em nome de todos. Transportam geralmente consigo a imagem religiosa que veneram, bem como o guião e as bandeiras onde constam o nome da povoação e o do santuário. O Círio possui ainda outros traços identificadores (nem sempre figurando conjuntamente), como o ritual das três voltas ao templo; as arrematações (de bandeiras e de fogaças); as procissões (algumas sem a presença do pároco); os anjos que cantam as loas; a lavagem simbólica na “fonte santa”; a eleição (garantida com um ano de antecedência) de juízes, festeiros, mordomos ou comissões que, segundo regras de outrora, se responsabilizam pela continuidade do culto; os ex-votos; os “Registos”; os festins alimentares; os gaiteiros; a dança; etc.
O Círio é um produto da religião popular alheio à Igreja Católica e pode ser de origem arcaica e tribal. Os Círios do santuário de Nossa Senhora da Atalaia de que há notícias desde o século XVI (remetendo algumas delas para períodos muito anteriores), estão ainda activos, impondo-se à indiferença ou reprovação do clero, e constituem, num meio grandemente afastado do catolicismo, um caso paradigmático de autonomia religiosa e de continuidade da cultura ancestral.

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Autor

Luís Marques

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