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Sinopse

Toda a experiência de pensamento se inscreve num gesto impossível. Este livro tem o seu acontecimento originário: uma imagem fotográfica que se fende nos corpos em deslocação de uma humanidade em trânsito. Numa cartografia surreal, homens, mulheres e crianças sobrevivem contemporaneamente em espaços de abandono – campos de refugiados, espaços de deslocação, campos de retenção – nos quais a linguagem é suturada ao mutismo do corpo que se dobra sobre si mesmo, caindo num silêncio sem infância.
Em situações de violência extrema, na propagação de fronteiras jurídico-administrativas marcadas por uma política de migração e de controlo das populações, o «deslocado» é a enunciação de um corpo singular transformado numa identidade biopolítica que imobiliza o tempo e esteriliza o espaço. Todavia, a sua existência confronta-nos com um movimento onde se fende o território linear da narrativa histórica. Apesar do gesto de dar a morte em vida, próprio do poder biopolítico, os «deslocados » resistem num corpoacontecimento.
No seu corpo singular, a força excessiva da vida rebenta violentamente. Como uma inquietante estranheza.
Considerando a tensão intrínseca presente no conceito de biopolítica, perspectivado por Michel Foucault – entre um poder sobre a vida e um poder da vida –, neste livro procura-se pensar a figura desses corpos-impossíveis, através de fragmentos de um sentido a-vir nos quais se desenha um pensamento onde as relações entre o acontecimento, a memória e o testemunho abrem a possibilidade de questionar o sentido da resistência. Mas como testemunhar um acontecimento sem tradução? Desde o interior de um movimento de contaminação entre a política e a estética, o pensamento enraíza-se no silêncio de um corpo que resiste.

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Autor

Eugénia Vilela

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