Sebastião Campos Rodrigues Afonso dos Santos foi uma figura singular que não apreciava a banalidade, que viveu intensamente a sua época, com particular simpatia pelos heróis da transgressão que fizeram a história do jazz, e que se dedicou a tempo inteiro a uma profissão, – o design gráfico. As estratégias de intervenção gráficas preconizadas por ele, incluíam a utilização da palavra e da imagem em suportes diversos – cartazes, brochuras, catálogos, desdobráveis, convites, magazines, livros, entre outros. Na construção destes projetos soube tirar partido das sucessivas transições tecnológicas que foram surgindo ao longo do século XX, nomeadamente, da passagem do metal para o filme e da tipografia para o offset.
O seu trabalho caracterizava-se pela recorrência de “maneirismos”, que se estendiam do tipografismo à imagem, e a sua atitude pioneira foi fundamental na afirmação do design gráfico português, visto que foi o primeiro a exercer esta profissão a tempo inteiro.