Para além do tempo, para além do ódio dos homens, o caso de amor entre Bernard Sambre e Julie, como uma brasa incandescente, irradia com toda a sua beleza nesta obra-prima. Yslaire escreve com as deslumbrantes palavras de paixão e desenha ardentemente este hino ao amor impossível.
Sambre ou a ilustração exacta e perfeita do "Romantismo", entre a escuridão da alma e a queima dos sentimentos. Um monumento.
Liberdade, liberdade…
Capítulo III
Paris, 21-22 de Fevereiro de 1848.
A revolta ressoa pelos ares e o povo mobiliza-se aos gritos de “Liberdade, liberdade…” Mas ela tem tantas faces… A daquela, a guiar o povo, que Delacroix pintou em 1830, a de 1848, que Valdieu não pintará, e depois, aquela com que Bernard sonha e que se assemelha a uma rapariga de olhos vermelhos… Naquele período conturbado, cada um pagará o preço por ter querido possuí-la, e mudar o seu destino… porque A Guerra dos Olhos é eterna e impiedosa.
Teremos de morrer juntos?
Capítulo IV
Paris, 23 de Fevereiro de 1848.
Pela manhã, a revolução parece ter falhado. Mas a tragédia estava apenas a começar.
Há um provérbio árabe que diz “não é a bala que mata mas sim o destino…” E o que Bernard e Julie juraram, foi morrerem juntos…
A história de um amor louco e de uma revolução demasiado jovem que acaba em sangue.
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Bernard Yslaire
Nascido em 1957, em Bruxelas, na Bélgica, Bernard Hislaire é um autor, desenhador e pioneiro digital que se reinventa a cada projecto, mudando de estilo, suporte e assinatura (Yslaire, Hi-slaire, iSlaire, Sylaire...). Através dessas metamorfoses, surge um artista que questiona o seu tempo ao longo da História.
A sua estreia na banda desenhada aconteceu na revista Spirou, aos 16 anos, e três anos depois, em 1978, lançou a série Bidouille et Violette.
Em 1985, em parceria com Balac (pseudónimo de Yann), desfeita após o primeiro álbum, dava início à tragédia romântica dos Sambre, aclamada pela crítica e pelo público como uma das grandes obras da década. Essa saga prosseguiu, de forma intermitente até aos dias de hoje, em oito álbuns e três ciclos paralelos. Destes últimos, Yslaire apenas escreveu o argumento, entregando o desenho a Jean Bastide e Vincent Mézil (La guerre des Sambre - Hugo & Iris), Marc-Antoine Boidin (La guerre des Sambre - Maxime & Constance e La guerre des Sambre - Werner & Charlotte).
Os quatro primeiros álbuns de Sambre, correspondentes ao primeiro ciclo, foram editados em Portugal, o primeiro pela Baleia Azul (1985) e os três seguintes pela Witloof (2003).
Em paralelo, na década de 1980, foi co-fundador do teatro de vanguarda Ideal Standard, publicou caricaturas de imprensa no diário La Libre Belgique, ilustrações humorísticas no Le Trombone Illustré e produziu conteúdos para a RTBF, o Théâtre Impopulaire e o Rideau de Bruxelles. A partir de 2000, multiplicou os encontros criativos, em colaborações com os realizadores Jaco van Dormael e Didier Roten, para o cinema, Jacques Neefs e Alain Populaire, para o teatro, e o arquitecto Francis Metzger, para cenografias públicas.
Numa notável antecipação, a partir de 1997 criou, programou, produziu e dirigiu uma das primeiras web-séries: Mémoires du XXe ciel, que opõe o olhar mudo de um anjo fotógrafo e as memórias de um velho psicanalista sobre a história do século XX.
Le Ciel au-dessus du Louvre, com o escritor Jean-Claude Carrière, ou Úropa, uma revista digital lançada sob a forma de apps para iPad e iPhone, são outras das realizações de um autor inquieto que questiona constantemente a História, passada e presente, utilizando e explorando os mais diversos meios, do papel ao digital ou do desenho à fotografia.
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