Sinopse
«[
] No nosso mundo actual, tudo é horizontal, tudo está ao mesmo nível e tem o mesmo
valor. Os valores são todos iguais, não há hierarquias, os conhecimentos não são
transmitidos dos mais velhos para os mais novos: as pessoas não olham para cima, olham
para o lado, logo, nunca aprendem, só copiam.
Interessa-me mais uma ética samurai, corajosa e vertical, determinada, radical,
consequente até ao fim. Gosto de pessoas (e de artistas) verticais, que pensam e agem
desta maneira. Talvez esteja a falar dos últimos samurais.»
«A palavra pode ter um poder conciliador ou mortal, um poder redentor ou destrutivo. Uma
palavra pode salvar uma pessoa ou aniquilá-la. Todos nós já tivemos experiências dessas,
momentos em que alguém nos disse alguma coisa que nos levantou ou, pelo contrário,
arruinou. Diz uma só palavra e seremos salvos
».
«Eu acredito que nada que um artista diga tem demasiada importância face à sua obra, a
obra deve valer por si. Ela fala e transporta uma voz mais poderosa do que as suas pobres
palavras. Só a obra tem uma linguagem auto-suficiente, própria, interna, o resto surge
como acessório. O que não significa que não haja um complemento indispensável à obra que
passa pelo discurso e pela tentativa de produção de pensamento.
Não é só o objecto que conta, é importante que exista um corpo de ideias e um discurso por
detrás, a acompanhar, a sustentar ou a fundamentar a obra, e que a torne diferente dos
outros objectos e artefactos comuns.» [Rui Chafes]