«Na conceção do Autor, a mecânica quântica deve ser encarada como a teoria que primeiro indiciou a existência de uma nova ponte entre a termodinâmica e a mecânica: o tempo pode ser lido como diferencial térmico ou como distância (convém aqui relembrar que foi pela termodinâmica que teve origem a teoria dos quanta). O tempo está, assim, associado à transformação do calor em espaço. Réguas, relógios e termómetros medem a mesma realidade! Energia, espaço, tempo e matéria podem ser encarados como faces de uma única existência em processo.
No entanto, a visão deste Autor vai ainda mais longe, ao propor aquilo que designa por uma nova teoria das formas naturais. De facto, ao constatar que energia e massa são interconvertíveis e que os princípios de conservação da massa e da energia, tomados separadamente, são aspetos-limite dum princípio de conservação da massa-energia decorrente da constância da velocidade da luz c, ele desafia a nossa imaginação ao sugerir que o princípio de conservação da massa-energia deve ser encarado, também e tão-somente, como um aspeto particular de um princípio de conservação mais geral, decorrente da existência (postulada) da constante fundamental K: o princípio da conservação da forma.»
João Corte-Real, no «Prefácio»