A proposta de conhecer os interiores do Palácio da Pena desde a época da sua construção até á morte de D. Fernando II (n. 1816, m. 1885) perfila-se como uma forma de conhecer melhor este personagem fundamental do século XIX em Portugal.
O interior da sua morada na serra de Sintra apresenta-se como um verdadeiro modelo da casa oitocentista, cosmos particular e ideal do seu proprietário. As mudanças na articulação dos espaços e as diferentes campanhas de ornamentação dos interiores entre 1838 e 1885 são um reflexo claro das diferentes fases da vida do rei-artista - desde o momento inicial em que projetou um castelo para si e para a sua mulher D. Maria II (n. 1819, m. 1853), passando pelos anos de viuvez e culminando na vivência plena do palácio com Elise Hensler (n. 1836, m. 1929), condessa de Edla, a sua segunda esposa. 
Neste palácio encontramos os valores e preocupações característicos do século XIX, nomeadamente a privacidade, o conforto e a higiene, associadas aos gostos e interesses que marcaram a arquitetura e decoração deste período, sobretudo o revivalismo e o exotismo permeados por valores cenográficos e simbólicos.