Detalhes do Produto
- Editora: Companhia das Letras
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- Ano: 2024
- ISBN: 9789897870583
- Número de páginas: 192
- Capa: Brochada
Sinopse
«Palavras são estradas. É com elas que conectamos os pontos entre o presente e um passado que não podemos mais acessar. Palavras são cicatrizes, restos de nossas experiências de cortar e costurar o mundo, de juntar seus pedaços, de atar o que teima em se espalhar.»
Durante cinquenta anos, entre 1965 e 2015, Seu Didi foi camionista nas estradas do Brasil. O país mudou, o mundo transformou-se, Didi adoeceu. Este livro conta a sua história, que é também a história de uma família, de um país e de uma época.
Num livro ao mesmo tempo bravio e terno, José Henrique Bortoluci parte de conversas com Didi, o seu pai, e leva o leitor numa viagem pelo passado e o presente de um homem comum, que viveu a ditadura militar e um quotidiano amargo, a chegada do «progresso» e a falta de oportunidades, o apagamento da individualidade, a ausência de futuro quando lhe é diagnosticado um cancro. Mas não só — o autor mergulha no baú das suas recordações, no diário da mãe, nas histórias dos companheiros do pai, e afina o tom com rara sensibilidade.
Feito literário incomum, O que é meu compõe um álbum de família onde desfilam personagens e episódios que não sairão da nossa memória: uma narrativa íntima, mediada pela idiossincrasia de quem escreve, e que se aventura por registos e territórios pouco explorados na literatura em língua portuguesa.
«Uma estreia potente na literatura, que conta a história do Brasil por meio da figura do pai, um caminhoneiro já aposentado, que ajudou a construir lugares importantes do país. […] Uma narrativa híbrida imantada de memória e sustentada pela tradição da história oral.» Estadão
«Bortoluci combina diferentes registros: as memórias do filho que ascendeu e ainda se lembra do desejo infantil por mercadorias que a família não podia comprar, as análises rigorosas do sociólogo sobre a tragédia brasileira, as entradas do diário da mãe […] e a voz do pai, que narra suas histórias com uma linguagem própria, afetuosa, em que nem sempre verbos concordam com sujeitos.» O Globo
«A história cheia das chagas de Didi é, por metonímia, a história de um país que priorizou […] a ideia de um suposto progresso acima de tudo. […] É também uma história sobre masculinidade, paternidade, sobre o câncer que ameaçou levar o pai do autor enquanto a obra era escrita.» Folha de S. Paulo
«Apresentar e pensar as doenças de um corpo, as histórias que são passadas de pai para filho e a história recente de um país no mesmo texto significa compreender o pessoal como político e o político como pessoal. […] Trata-se de um livro sobre relações: entre José e a mulher, entre José e os companheiros de estrada, entre José e o(s) filho(s), entre o pessoal e o político, entre a terra e as pessoas. E sobre como essas relações se cruzam, se chocam e constroem: heranças, corpos, países.» Valor
«O que é meu transborda de sensibilidade e história. Histórias das estradas que passam por longas distâncias de casa e dentro de seus corpos. Uma travessia entre a vida e a vida, as diversas que podemos ter. Um caminho dentro e fora do caminhão e cheio de cicatrizes.» Gama
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