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Sinopse

E uma noite, estando a minha mãe na azenha, pejada de mim, chegou-lhe a hora do parto e ali me pariu. Posso deste modo dizer com verdade que nasci no rio.

Em 1554, La vida del Lazarillo de Tormes y de sus fortunas y adversidades fez um amável trabalho de escândalo. […] Julio Cejador detém-se sobre o que teria sido, sob Filipe II, a sua popularidade: «Foi o livro de todos, dos letrados e dos leigos, do baixo povo e das pessoas da alta sociedade. Aventureiros e caminhantes não se esqueciam de o levar na bolsa, tal como estava na mochila de carregadores e soldados. Era visto na sala dos pajens e dos criados, e não menos na alcova das senhoras, na sala das damas e na secretária dos eruditos.» O Lazarilho começava este êxito de best-seller quinhentista pelo estilo, recusando-se aos excessos verbais que os grandes nomes da literatura espanhola então afagavam; apoiava-se numa coloquialidade não conhecida ou pelo menos rara entre os escritores da época. Era, para ouvidos e sentimentos, de um realismo penetrante em linguagem de povo; uma reconhecível visão parodística da vida que então rodeava os seus leitores: visão da Espanha decadente, empobrecida com a emigração para as Américas e com as guerras, a que suscitava esta crítica de amargo humor a uma nova sociedade de burguesia a nascer, com parasitismos e ociosidades, abundância de deserdados e avessa, por descrença, aos méritos do trabalho.

[Aníbal Fernandes]

Esta obra de autor anónimo é seguida de Segunda parte de Lazarilho de Tormes extraída das Antigas Crónicas de Toledo, de H. de Luna [Toledo, 1575 – Londres, depois de 1644], que descreve O Lazarilho de Tormes, no seu prólogo, como «um pequeno livro onde são referidas sem réstia de verdade algumas coisas sobre a sua vida. A sua maior parte empenha-se a contar como Lázaro caiu ao mar e se transformou num peixe chamado atum, como viveu lá muitos anos e se casou com a peixa de quem teve três filhos peixes, idênticos ao pai e à mãe. Conta ainda as guerras que os atuns faziam com Lázaro por capitão, e outros disparates tão ridículos como mentirosos, tão mal fundamentados como néscios. Quem tal escreveu, por certo quis contar um sonho néscio ou um sonhado disparate».

 [H. de Luna, «Prólogo»]


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Autor

Anónimo

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