Partilhar

O Cântico dos Cânticos: traduzido do hebreu, com um estudo sobre o plano, a idade e o carácter do poema

Ernest Renan

Poucos exemplares em stock



+5% em Cartão Almedina
15,00 €

Detalhes do Produto

Sinopse

O mais antigo grito da literatura que em voz feminina reivindica a liberdade sexual da mulher.

A meio do Velho Testamento, entre a sabedoria perplexa do «Eclesiastes» e a boa nova aos pobres derramada no «Livro de Isaías», a autoridade de um versículo faz deste Salomão erótico o poeta da grande surpresa profana — pese embora esta evidência às retóricas da interpretação aconselhada; do «Cântico dos Cânticos», chamado assim porque talvez melhor momento entre os hinos ao amor físico saídos da velha literatura hebraica, e que é o incómodo, o indisfarçável embaraço cristão nas águas da espiritualidade bíblica; colecção de metáforas sobre a gramática dos sentidos e com potencialidades de interpretação que chegam a uma inesperada licença. Na verdade, até onde pode levar a redução a realismo das palavras de uma apaixonada que acha o fruto do seu amado «doce ao paladar», o incita a «penetrar no seu jardim e comer dos seus belos frutos», a «beber o mosto das suas romãs», ou vê os dedos da sua própria mão molhados pela «mirra líquida que banha o ferrolho»?
[…]
A relação de Ernest Renan com o «Cântico» não prolonga a veia destas intenções poéticas. Para as palavras bíblicas do «Cântico» Renan quer um palco; quer actores; quer um libelo contra a escravatura dos haréns e recuperar o mais antigo grito da literatura que em voz feminina reivindica a liberdade sexual da mulher.

[Aníbal Fernandes]

Ler mais

Autor

Ernest Renan

Ernest Renan nasceu em Tréguier, Bretanha, no dia 27 de Fevereiro de 1823.  Escreveu sobre livros do Antigo Testamento, assumindo o papel de implacável filólogo mas evitando sempre posições demasiado radicais. La vie de Jésus é o ponto alto da sua carreira de escritor e um dos grandes acontecimentos literários do século XIX. Aí recusa o Jesus divino, restituindo-o à sua dimensão humana. Escritor controverso, dividiu e extremou opiniões mas acabou por ser reconhecido, no seu país, como importante figura nacional. Foi professor das línguas hebraica, caldaica e siríaca no Collège de France, de onde foi suspenso devido às suas ideias. Readmitido mais tarde, ascendeu à direcção deste estabelecimento de ensino e teve direito a um lugar na Academia Francesa. Morreu em Paris no dia 2 de Outubro de 1892.

Ler mais