Quatrocentos mil sestércios. Uma dívida por cobrar. Um filho de centurião numa demanda
pelas carreteiras dessa Lusitânia, cada ventura desfiando sua desventura, e a deusa
Fortuna de guarda às peripécias deste pobre cidadão romano. As Cruzadas. Um cavaleiro
regressa da Mourama. Uma promessa por cumprir, uma nubente amarga que exige desafronta, e
a deusa Fortuna que não recompensa os audazes. Os últimos tempos do Marcelismo. Um jovem
revolucionário num périplo nocturno por Lisboa. Toda uma cidade de conluio com a polícia
política para o apanhar, e a deusa Fortuna que falha ao encontro em certo dia de Abril.
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Mário de Carvalho
Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão. Desde muito cedo ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico.
Desde então, tem praticado diversos géneros literários – Romance, Novela, Conto, Ensaio, Crónica e Teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Utiliza uma multiforme mudança de registos, que tanto pode moldar uma narrativa histórica como um romance de atualidade; um tema dolente e sombrio como uma sátira viva e certeira; uma escrita cadenciada e medida como a pulsão de uma prosa endiabrada e surpreendente.
Nas diversas modalidades de Romance, Conto, Crónica e Teatro, foram atribuídos a Mário de Carvalho os prémios literários mais prestigiados (designadamente os Grandes Prémios de Romance e Novela, Conto e Teatro da APE, prémios do Pen Clube Português e o prémio internacional Pégaso de Literatura). Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas.
Obras como Os Alferes, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, A Liberdade de Pátio ou Ronda das Mil Belas em Frol são a comprovação dessa extrema versatilidade.
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