Partilhar

Desconto: 10%
14,39 € 16,00 €
Wishlist Icon

Poderá gostar

Desconto: 10%
12,60 € 14,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
13,50 € 15,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
13,50 € 15,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
19,80 € 22,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
35,46 € 39,40 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
12,96 € 14,39 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
11,69 € 13,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
14,99 € 16,65 €
Wishlist Icon

Detalhes do Produto

Sinopse

Em 1914, o ano em que foi publicado pela primeira vez Jésus-la-Caille, Francis Carco só tinha como antecedentes literários uns quantos versos a que o autor chamava canções agridoces e podiam ser lidos em edições pobres, com reduzida circulação nas livrarias. Viviam-se dias de guerra, mas com uma presença editorial marcada por alguns sobressaltos. Poucos meses antes, os leitores franceses tinham sido surpreendidos com os versos de Alcools de Apollinaire e os de La Prose du Transsibérien de Blaise Cendrars; Barrès publicava o seu melhor livro, La Colline inspirée, e Martin du Gard provocava amenamente os católicos com Jean Barois; Proust dava a conhecer uma primeira amostra do seu enorme romance, e chamava-lhe Du Côté de chez Swann; Alain-Fournier, a poucos meses da bala alemã que o ia matar, mostrava-se com todas as seduções do seu Le Grand Meaulnes; Gide supunha-se impertinente com Les Caves du Vatican e Raymond Roussel fora de todas as regras com Locus Solus; o Jean-Christophe de Romain Rolland recebia o Grande Prémio da Academia Francesa.

No meio desta efervescente convivência criativa Jésus-la-Caille, a primeira obra em prosa de Francis Carco (que viria a ter a sua versão definitiva em 1917), levantava hesitações conservadoras aos editores de Paris. Era a primeira vez que a homossexualidade masculina da prostituição de engate surgia com tanta audácia num romance da literatura francesa. Ainda por cima, com um título que se atrevia a dar o nome de Jésus a um gigolô e a acrescentar-lhe na alcunha um La Caille, que embora significasse na linguagem vulgar uma inocente codorniz, tinha no calão da época o sentido de «a trampa». O som destas palavras, que num inevitável desvio de significação poderia sugerir Jesus a Trampa, era um mau gosto que roçava o sacrilégio. (Registe-se que muitos anos depois, em 1955, o banal filme de André Pergament baseado neste romance - com um dos primeiros papéis no cinema de Jeanne Moreau - achou que devia adoçar o seu título para um bem comportado M’sieur La Caille).

[Aníbal Fernandes]

Ler mais

Autor

Francis Carco

Ler mais