Por entre as inumeráveis vítimas imoladas pela feroz intransigência religiosa talvez ate hoje nenhuma levantou tantas acusações e defesa como «frade dominicano de Nola». Ninguém sofreu durante a vida e na morte, como ele, inclusive mais além da fogueira, todas as angústias do mártire, todo o peso da perseguição.
Se as nossas breves considerações puderam parecer a alguém animadas de algum partidarismo, diremos que não são outra coisa que as deduções lógicas e naturais do exame da vida de bruno e dos documentos em que aparece. Seguimos escrupulosamente o melhor e mais exacto que se imprimiu ate hoje sobre este tema.
A história não tem religiões que proteger, não tem papas para santificar ou que desculpar, a história tem uma intenção muito mais elevada, muito mais moral e positiva, que é atribuir a cada um o que lhe pertence, sem escrúpulos religiosos e sem considerações de casta
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Giordano Bruno
Giordano Bruno nasceu em Nola (perto de Nápoles), em 1548, e morreu em Roma, a 17 de fevereiro de 1600. Discípulo do filósofo Franscesco Patrizi, membro da Academia Florentina, ingressou na Ordem dos Pregadores aos 17 anos de idade, lá permanecendo por dez anos, chegando a ser ordenado sacerdote e a receber o grau de doutor em Teologia em 1575.
Acusado de heresia, Bruno abandonou a ordem e se refugiou no norte da Itália, onde passou a ensinar. Sempre perseguido, viaja pela Suíça (onde se converte ao calvinismo para abandoná-lo pouco depois), Inglaterra, França, Alemanha, voltando a Veneza em 1592.
Em Londres, dedicou-se a ensinar na Universidade de Oxford, onde ministrou aulas sobre a cosmologia de Nicolau Copérnico, atacando o sistema aristotélico. Depois de várias discussões, abandonou Oxford e rumou para a França, onde, em 1585, após um debate público no Colégio de Cambrai, foi ridicularizado, atacado fisicamente e, por fim, expulso do país.
Nos cinco anos seguintes viveu em inúmeras cidades - Marburgo, Mainz, Wittenberg, Praga, Helmstedt, Frankfurt e Zurique -, dedicando-se a escrever sobre cosmologia, física, magia e a arte da memória. Demonstrou, mesmo utilizando um método errado, que o Sol era maior que a Terra.
Já em Veneza, denunciado pelo nobre Giovanni Moncenigo, é novamente acusado de heresia e preso pelo Santo Ofício. Reconhece os seus erros e parece livrar-se da fogueira. Mas, a pedido do papa, as autoridades venezianas, depois de alguma hesitação, o entregam ao tribunal da Inquisição de Roma. Fica encarcerado durante sete anos, negando-se a abjurar suas doutrinas, das quais não se retrata. Foi queimado em 1600.
in educacao.uol.com.br
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