O que têm em comum um juiz, um jornalista, um empresário da construção civil, uma depressiva, um engenheiro, um jovem indeciso, uma arqueóloga, uma gestora de topo, um artista plástico e um lobista? Possivelmente, nada. A não ser, oriundos de diferentes origens e estratos sociais, terem acidentalmente convergido no mesmo grupo de amigos em tempos imediatamente antes e após o 25 de Abril. Estilhaços é a narrativa do cruzamento das histórias de cada um deles, dos dramas pessoais que seguem em paralelo com a história do país e reflectem o desencanto e a frustração que progressivamente foram sentindo ao longo de mais de quarenta anos na transição de século.

Retrato dos estados de alma dos fantasmas, das dúvidas de uma classe média citadina, Estilhaços são os fragmentos que restam das esperanças e das ilusões de um país e de uma geração entalada entre o Estado Novo e a troika. As personagens procuram causas, justificações. O Juiz procura a resposta nos olhos de um assassino, o que o leva a um desfecho inesperado.