“Gastamos tempo de vida indevidamente, em horas e lugares que não nos pertencem, entregando-nos a causas que não nos eram destinadas – se, por sorte, desembocarmos na nossa própria vida, experimentamos a vergonha de ter andado a usar a de outro, e só nos resta afastá-la com estranheza e embaraço, pedindo desculpas desajeitadas por uso indevido, e perdão aos que deixámos para trás. É aí que procuramos, pelo chão, pelo pó da estrada, a confirmação do engano cometido ao longo do caminho, a fim de podermos oferecer de novo o braço à nossa realidade legítima. A prova de que Deus, a existir, terá de ser um incorrigível brincalhão, é a sua maior ironia: quando somámos a sabedoria bastante para apreciar o Sol com dignidade… o nosso dia anoiteceu.” (excerto)

“A literatura é porventura a única máquina do tempo eficaz e romanticamente fiável. Neste livro, a memória é crucial para se entender a paleta difícil de sentimentos que cruzam a vida das pessoas. A história transporta-nos para o que há de melhor em nós, em todos nós, numa escrita irrepreensível, capaz de nos tocar e de nos tomar de assalto.”
Patrícia Reis, escritora

“Uma história da vida, narrada com um humor subtil, uma desenvoltura surpreendente e uma simplicidade desarmante, quase subversiva.”
Rita Ferro, escritora