. Marià Corbí é um autor com uma vasta bibliografia. Esta obra constitui uma antologia dos capítulos mais relevantes dos seus principais livros.
. Teresa Guardans, máxima conhecedora da obra de Marià Corbí, foi a responsável pela edição.
. O leitor que não esteja familiarizado com a obra de Corbí pode encontrar aqui o essencial das suas intuições sobre aquilo que se deve preservar do mundo das religiões num contexto inevitavalmente pós-religioso.


Marià Corbí propõe dar uma fundamentação laica, sem crenças nem religiões, ao que os nossos antepassados chamaram espiritualidade e que ele prefere denominar sabedoria ou qualidade humana profunda, já que falar de espiritualidade pressupõe uma antropologia baseada na contraposição entre corpo e espírito.
O ponto de partida de Corbí não é crente nem religioso, mas antes antropológico, cultural e social. A sua principal preocupação é como conceber e favorecer hoje o cultivo da sabedoria num presente em que as formas tradicionais de viver as dimensões profundas da existência ficaram desfasadas, bem como as palavras que serviam para falar desta possibilidade.
As tradições religiosas são portadoras de um legado de sabedoria a preservar, da mesma maneira que os copos são portadores do vinho. O mais importante é que uns copos obsoletos não nos privem de saborear o vinho. Iniciar-se na vida espiritual é aprender a discernir entre o vinho e o copo.