As Esquerdas Radicais Ibéricas entre a Ditadura e a Democracia - Percursos Cruzados
Ana Sofia Ferreira, João Madeira
Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
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- Ano: 2020
- ISBN: 9789896899455
- Número de páginas: 230
- Capa: Brochado
Sinopse
Nos anos 70 do século passado, quando findaram as ditaduras ibéricas, a constelação de pequenas organizações que se situavam à esquerda dos partidos comunistas congregaram inteligências e vontades de uma geração nascida do segundo pós-guerra, em tempos de guerra fria e do desenvolvimento do capitalismo e da sociedade de consumo.
Eram organizações profundamente sectárias e dogmáticas, de base predominantemente estudantil, oscilando entre a agitação e o doutrinarismo, acentuando divergências e desmultiplicando-se em pequenas e grandes cisões.
A queda das ditaduras ibéricas proporcionou-lhes processos de reconfiguração e de crescimento que lhes permitiu uma intervenção que tem sido historicamente desvalorizada.
Este Colóquio procura reapreciar, numa perspetiva comparada, o seu papel nos processos de transição democrática.
Maoístas e trotskistas, luxemburguistas e internacional situacionistas, autogestionários e neo-estalinistas, gramscianos e libertários, a queda das ditaduras ibéricas proporcionou-lhes processos de reconfiguração e de crescimento na especificidade dos processos que se seguiram, cujo estudo comparativo ajudará a clarificar não só os espaços de interacção e solidariedade, como de convergência ou abjunção de posicionamentos, actuações e desenvolvimentos no espaço peninsular.
As esquerdas radicais ibéricas na pluralidade das suas expressões foram parte incontornável do processo de transição para a democracia.
Expressando distintas ideias e modelos de revolução, ajustando-se e desajustando-se das conjunturas em que intervinham, procuraram construir respostas, disputar influências junto de diferentes camadas e sectores sociais.
O conjunto de comunicações e trabalhos que vão ser apresentados ao Seminário constituem um contributo para um melhor conhecimento de uma faceta menos valorizada desse período tanto em Portugal como em Espanha, onde os processos de transição se cruzaram no tempo e na especificidade de cada país.