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Anos de Brasa - Contos e outros Escritos

Luís Farinha

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Detalhes do Produto

Sinopse

Relata-nos Luís Farinha, na sua escrita exemplar e madura, que os Anos de Brasa eram ainda um tempo de grande instabilidade política e muita perplexidade social, com o pano de fundo de uma Revolução em curso. O confronto quase mítico dos oprimidos com o nada, no plano das definições, e o quase tudo, na abertura de múltiplas perspectivas de futuro, era feito pelo desesperado anseio de bens essenciais por um proletariado exausto, contra a negação dos que temiam perder privilégios e se agarravam a um passado de 48 anos.
As revoltas continuavam depois da Revolução, numa persistência tenaz de manutenção de hábitos, regras, explorações indevidas pelos antigos opressores, na expectativa de dissuadirem os sonhos de um povo que, não sendo uma massa homogénea, estava irmanado no despojamento de condições básicas de vida. E de repente, como se levantado do chão pelos braços dos mais fortes, afagava a decisão de obter iguais liberdades para a sua diversidade. [Maria Helena Ventura]

** *

Noite de lua sobre o laranjal da Quinta. Seria inacessível o azul, porque esse o temos certo quando somos meninos de bibe e sacola. «Nenhuma de nós, menina, nenhuma de nós!» Para elas tinha existido a cama dormida em ninhada, o sapato de domingo (e o pé livre para a semana), os cueirinhos do irmão mais novo para lavar no ribeiro da fonte, os maus-tratos da gente velha...uma lista de cansar só de pensar nela. «Vão ver como tudo vai ser fácil. Vocês conhecem os sons e sabem-lhes o sentido. Difícil é para os meninos que aprendem letras e sons para descobrir depois que são palavras e fala de gente crescida. Vocês já conhecem as palavras e sabem como usá-las. Basta descobrir-lhes os gatafunhos que inventámos para escrevê-las». Nesta altura, a voz radiante de Irene supunha-se inspirada pela melhor pedagogia do mundo. (Se tivesse durado mais algum tempo...).

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Autor

Luís Farinha

Luís Farinha reparte a sua vida entre o ensino, a investigação e a disseminação da história e da cultura portuguesa contemporâneas. Está agregado como investigador doutorado ao Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL). Dirigiu e editou a revista História (2002-2007). Foi Comissário da Exposição “Viva a República! 1910-2010” e da Exposição “Morte à Morte!”, (A.R., 2017). Dirigiu o Museu do Aljube Resistência e Liberdade (2015- -2020). É autor de uma obra diversa no domínio da história e da cultura. Coordena atualmente uma coleção de biografias de deputados constituintes do período democrático (A.R., 2023-2028).

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