De D. Afonso Henriques, o primeiro monarca a ter amantes, passando por D. Dinis, um rei de grande fogosidade, a D. João V, conhecido pelas suas aventuras amorosas dentro do convento de Odivelas. Também D. José manteve uma relação com D. Teresa de Távora, que era do próprio conhecimento da rainha, enquanto D. Pedro IV se deixou contagiar pelos amores em terras de Vera Cruz, e D. Carlos, um apreciador dos prazeres da vida, se interessava mais pelas «questões da carne do que da governação».

Por detrás da história oficial dos reis portugueses e dos seus casamentos de Estado com princesas de toda a Europa, esconde-se uma história de paixões arrebatadoras, filhos ilegítimos e amores ilícitos que nunca foi contada. Damas da rainha, prostitutas, barregãs, negras, escravas, cantoras líricas, atrizes, mulheres do povo ou senhoras da alta burguesia, todas competiam pela atenção e pelos favores do rei. Se madame Pompadour ganhou estatuto de amante na corte francesa do rei Luís XV com as regalias que daí lhe advinham, poucas são as amantes dos reis portugueses que ficaram conhecidas na História.

As historiadoras Paula Lourenço, Ana Cristina Pereira e Joana Troni apresentam-nos uma obra absolutamente original na historiografia portuguesa. Baseada numa investigação rigorosa, na consulta exaustiva

de diversas fontes e textos da época, esta obra conta-nos a história das dinastias portuguesas através das amantes que foram ocupando o coração dos reis e dos filhos ilegítimos que resultaram destas relações.

Filhos estes que, por força das circunstâncias, acabaram por ocupar de forma legítima o trono de Portugal. Paixões que marcaram a nossa História.