É um manifesto da infância para o adulto distraído, ou do adulto atento para a criança em crescimento.

Porque a chamam de bruxa, em todas as histórias, sem direito a nome próprio, tratemo-la com o respeito das letras maiúsculas, a Velha Bruxa, e honremos a sua identidade.

"A velha bruxa é uma mulher gorda, atarracada, que veste roupas doadas ou encontradas, quase sempre rasgadas. E cabelos desgrenhados, tal como as roupas, escurecidos por um temperamento sombrio e malicioso."

É, mas não será mais, porque as histórias dever-se-ão despir das palavras preconceituosas e vaidosas que excluem quem não fica bem no quadro das personagens bonitas das histórias de fadas magrinhas, belas e madrinhas, com que nós, entretanto, crescemos.

Dito isto, apresento-me perante esta plateia, do lado desta mulher, vítima de histórias, que devem ser questionadas, Senhor Doutor Juiz. Damos início à sessão?