Por cá, por esta faixa gaiense, paralela ao Douro, andarilhou o capitão barroco, José Pinto de Meirelles, com a sobrecasaca cor de morango, dirigindo a carreira de suas barcaças. E, se se detiver João, com o intuito de espreitar, pelo óculo retráctil de seu avô, com a fascinação e o pavor, que presidem, no ser humano, à xação dos abismos imperscrutáveis, descortinará ele a mais atordoante das danças macabras.
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Mário Cláudio
Nasceu no Porto. Ficcionista, poeta, dramaturgo e ensaísta, é formado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista, da Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres.
É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia, o ensaio, a literatura infanto-juvenil, e se encontra traduzida em várias línguas. Foi galardoado com, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores-DGLAB (atribuído por três vezes), o Prémio PEN Clube, o Prémio Eça de Queiroz, o Prémio Vergílio Ferreira, o Prémio Literário Fernando Namora e o Prémio Pessoa, sendo igualmente titular de várias condecorações nacionais e estrangeiras. Em 2019 foi-lhe atribuído o título de Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e a Sociedade Portuguesa de Autores apresentou-o recentemente como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.
A sua obra ficcional, não raro composta por trilogias, inclui títulos como Amadeo, Guilhermina, Rosa, Gémeos, Camilo Broca, Tiago Veiga: Uma Biografia, Retrato de Rapaz, Astronomia, Tríptico da Salvação e Teoria das Nuvens. A sua poesia foi recentemente reunida num único volume intitulado Doze Mapas, e a Sociedade Portuguesa de Autores homenageou-o com um livro de entrevistas para comemorar os seus 50 anos de vida literária. É também autor de letras para fado.
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