Bárbara tem a impetuosidade das almas fortes e apaixonadas, o espírito sonhador e rebelde dos artistas, um olhar profundo, eternamente sensível à beleza do mundo que a rodeia. Aparentemente, tem uma vida deslumbrante, um marido que a adora, dois filhos lindos e saudáveis, uma casa de sonho à beira-mar e uma posição invejável de analista política numa prestigiada revista, podendo ainda ser escultora, a sua grande paixão é a arte, nas horas vagas. O quadro seria perfeito, não fosse a natureza da protagonista irrequieta, arrebatada e sedenta de emoções fortes. Mas Bárbara sabe que o equilíbrio entre uma tradicional vida familiar harmoniosa e uma natureza interior ávida de novos horizontes e afectos é extremamente difícil de compatibilizar.

Por entre viagens que despertam desejos e relações extra-conjugais puramente platónicas, que não consegue ocultar do marido, Bárbara encontra-se dividida num casamento que apresenta os primeiros sinais de fragmentação e uma liberdade promissora. Optar pela liberdade e afirmação pessoais torna-se a única decisão possível. É nessa altura que decide fazer uma série de profundas alterações na sua vida. Abandona a revista e abre uma galeria de arte no centro histórico de Lisboa, dedicando-se por completo à escultura. Bárbara protagoniza então uma viagem de autodescoberta profundamente enriquecedora que lhe trará uma nova maturidade, uma outra atitude perante si, os outros e a vida. Uma inesquecível viagem interior por sentimentos marcantes como a amizade, a desilusão, a renúncia, a paixão e o amor eterno irremediavelmente perdido, na busca interminável da outra metade da laranja.