A Importância de Ser foi um projecto serial e multidisciplinar, desenvolvido entre 2012 e 2022, que teve como ponto de partida a vida e obra de artistas e pensadores cuja influência foi fundamental ao longo do meu percurso. Diluí-me, sem esforço, nos seus respectivos universos. Não com o objectivo de construir personagens realistas, ou de narrar as suas biografias, mas de fazer transbordar as suas existências através do meu corpo. Sendo que o corpo para mim são tanto moléculas, células, carne, ossos, pêlos, fluidos, como papel, tecido, tinta, plástico, luzes, imagens em movimento…
[…]
Além de reunir textos já publicados, acrescentam-se a este livro também textos inéditos - como os que foram escritos para a importância de ser agustina bessa-luís, em parceria com os criadores Diogo Bento e Tiago Vieira, e ainda outros escritos para performances, conferências e revistas. Decidi também juntar aos textos as listagens técnicas das obras, que servem como evidência de todas as pessoas envolvidas na criação das mesmas, e sem as quais não teria sido possível fazê-las. E que podem servir ainda como recordatório de que todos os formatos de apresentação que utilizo estão interligados, informam-se mutuamente, fazem parte de um todo, embora possam ser desfrutados separadamente.
[Miguel Bonneville]
Ler mais
Miguel Bonneville
Miguel Bonneville (Porto, 1985) introduz-nos a histórias autobiográficas centradas na desconstrução e reconstrução da identidade através de performances, desenhos, fotografias, vídeo, música e livros de artista. Desde 2003 tem apresentado o seu trabalho nacional e internacionalmente, sobretudo os projectos seriados Family Project, Miguel Bonneville e A Importância de Ser.
Estudou Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), tendo complementado os seus estudos com os cursos de Artes Visuais na Fundação Calouste Gulbenkian / Programa Criatividade e Criação Artística (2006), Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista no CIES-ISCTE (2008), Arquivo – Organização e Manutenção no Citeforma (2013), Cyborgs, Sexo e Sociedade na FCSH (2016), e Filosofia e Arte na Mute (2017), entre outros.
Recebeu o Prémio da Rede Ex Aequo (2015) pelos espectáculos Medo e Feminismos, em colaboração com Maria Gil, e A Importância de Ser Simone de Beauvoir.
Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013).
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (2011, 2012, 2017) e do Centro Nacional da Cultura – Jovens Criadores (2010).
Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP/Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan / Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), e La Box (Bourges, 2018), entre outros.
Lecciona esporadicamente criação de performance autoral em diferentes estruturas nacionais e internacionais.
É director artístico do Teatro do Silêncio.
Ler mais