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A Água do Lago Nunca é Doce

Giulia Caminito

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Sinopse

Gaia nasce e cresce pobre, ao lado dos marginalizados, dos que não importam, dos que nada têm. Aos seis anos mora num subúrbio problemático de Roma. Partilha uma casa minúscula com a mãe, Antónia, uma ruiva otimista e forte, o pai, que trabalhava nas obras até cair de um andaime e ficar paralítico, e os três irmãos. O mais velho, Mariano, é de um pai diferente, e os gémeos, mais novos, dormem num caixote de cartão.

É com esperança num futuro melhor que a família se muda para um apartamento a trinta quilómetros da capital italiana, perto do lago Bracciano. Mas a nova morada revela-se igualmente hostil para Gaia, que ali se vai fazendo mulher, enfrentando diariamente uma vida que a agride e dececiona – ao ponto de lhe matar a capacidade de sonhar, ou pelo menos de desejar “não ser menos do que ninguém”, como a sua mãe insiste em repetir. Ao contrário de Antónia, que carrega o mundo aos ombros sem nunca esmorecer, Gaia enfrenta a pobreza e a humilhação com sucessivas vagas de ódio – contra tudo e todos, até contra si própria, que a afastam de qualquer hipótese de fuga ou redenção.

Em A Água do Lago Nunca É Doce, finalista do prémio Strega 2021, Giulia Caminito escreve sem rodeios sobre uma realidade incómoda. Num estilo ousado, direto e austero, expõe as hipocrisias da sociedade através de uma protagonista inquietante, cuja fúria parece capaz de rasgar o cenário de águas turvas, onde ela, e muitos outros, anónimos, (ainda) sobrevivem.


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Autor

Giulia Caminito

Giulia Caminito nasceu em 1988 e vive e trabalha em Roma, escrevendo regularmente para revistas e jornais. Estudou Filosofia Política, trabalhou em edição literária e publicou em 2016 o seu romance de estreia, La Grande A, que lhe valeu os prémios Bagutta Opera Prima, Berto Prize e Brancati Giovani.

O sucessor, Un Giorno Verrà, de 2018, recebeu o Prémio Fiesole para autores até aos 40 anos, e este A Água do Lago Nunca É Doce, que revela a autora em Portugal, foi finalista do prémio Strega e vencedor do Campiello, estando já publicado em 22 países.

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