Em que consistem a experiência e a apreciação musicais? Será necessário saber alguma coisa, ter algum tipo de conhecimento técnico ou dominar algum léxico específico para apreciar uma obra musical? Ou será a apreciação musical predominantemente um ato de receção e envolvimento sensorial imediato com os sons que preenchem o nosso espaço? Será, enfim, necessário entender música, em algum sentido robusto da palavra “entender”, para fruir música? Ou será que o entendimento musical depende, ele sim, da nossa capacidade para fruir a música que pretendemos entender?

Neste livro procura-se esclarecer a intrincada natureza da experiência musical, na sua dimensão propriamente estética, percorrendo esta espiral – entre a fruição que se intensifica com o entendimento e o entendimento que se substancia com a fruição.

Durante este caminho são tratados, em permanente diálogo crítico com os filósofos de maior influência da atualidade, os principais tópicos da filosofia da música: a definição de música, a experiência do tempo, o papel das emoções, o problema do juízo crítico de uma obra musical e a questão do valor da música na vida humana.