A fotografia do cadáver profanado do primeiro-sargento William David Cleveland correu mundo e valeu ao seu autor um prémio Pulitzer. Foi a 4 de Outubro de 1993 que Paul Watson captou essa imagem de um soldado americano a ser arrastado pelas ruas de Mogadíscio por uma turba excitada de populares somalis – depois, a sua vida mudaria para sempre. A onda de indignação pública provocada pelas imagens forçaria o presidente Bill Clinton a retirar da Somália. Involuntariamente, Paul Watson ajudara Osama Bin Laden a conseguir um dos seus primeiros golpes de propaganda, numa demonstração de que os actos de selvajaria constituem uma poderosa arma na guerra mediática moderna. Mais de quinze anos volvidos, o fantasma de Cleveland continua a assombrar Watson, que sofre de depressão crónica e distúrbio de stress pós-traumático. Paul Watson iniciou-se como correspondente de guerra ao serviço do diário canadiano Toronto Star, cobrindo a Guerra do Golfo. A partir daí, “viciado” no risco, Watson teria uma extraordinária carreira jornalística, cobrindo os mais devastadores conflitos armados do mundo – Somália, Ruanda, Kosovo, Iraque e Afeganistão, entre outros –, vindo a chefiar delegações estrangeiras do prestigiado Los Angeles Times.
Em “Onde Vive a Guerra”, Watson traça uma absorvente retrospectiva da sua carreira, guiando-nos através dos mais importantes conflitos da história recente e expondo a verdade por detrás dos cabeçalhos dos jornais. Uma obra lúcida, penetrante e reveladora