AS BRUMAS DA CLARIVIDÊNCIA

Ellys é uma autora suis-generis. Uma autora cujo rumo que a define é um rumo que vem de longe e que para longe se projeta. Fala-nos de conceitos que não conhecemos ou de que nunca tínhamos ouvido falar. Fala-nos de coisas inverosímeis mas, ao mesmo tempo, iluminadas por cristais de verosimilhança. Descreve-nos situações que não encontramos em compêndios, seja de que biblioteca for. Utiliza, muitas vezes, palavras cuja chave não está marchetada em nenhum dicionário. Ellys criou um universo interior cujo objectivo é compreender o universo exterior. Tenho acompanhado as suas obras publicadas e o travo de leitura e compreensão que sinto, nessas leituras, tem um sabor que me inebria, que me desafia e que, ao mesmo tempo, me inquieta. Prefaciei, com fundados receios dois dos seus últimos livros: “Diáspora das Águas” e “Portugal e os 12 Rolos da Cruz de Urmin – O Graal Lusitano”. Digo fundados receios pois sempre me tenho sentido, ao ler os textos de Ellys, como aquele que quer aprender e aceita embarcar numa viagem de múltiplos fascínios mas que, ao mesmo tempo, receia a solidez da embarcação com que se faz à intempérie de fruir esses mesmos fascínios. A mesma sensação me tomou ao entrar nos registos desta obra que, após ser lida, agora prefacio: “Para Lá do Tempo e da Luz – O Selo da Gardunha (Guardunha) – Instrução e Caminho”. 

In prefacio do escritor Mário Máximo