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Os Lobos não Podem Esperar

Natacha Magalhães

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Sinopse

O som era ensurdecedor. Mal dava para um dedo de conversa. O enorme apartamento estava animado. Na pista, miúdas se esfregam com homens mais velhos que se esforçavam para aparentar vigor e modernidade. Alguns observavam as miúdas contorcendo-se no meio da sala, e comentavam entre eles.

Acenavam com a cabeça em sinal de aprovação quando um deles apontava para uma delas. Ali e acolá, o cheiro intenso invadira o espaço e podia-se ver em cima da tampa da mesa de vidro, o pó dividido em esguias linhas. Havia ainda pilulazinhas azuis sendo engolidas com tragos de whisky. Na parte de fora, no terraço, gente debruçada no parapeito observava as luzes da cidade a piscar como iluminação de natal. As três jovens voltaram-se ao mesmo tempo e se fitaram. Faziam cálculos mentais, adivinhando os estados sentimentais de cada uma. Nos seus provocantes vestidos vermelhos e caras carregadas de cores e tintas, Lua, Maila e Nicole removeram por segundos a máscara e permitiram que cada uma visse as angústias da outra. Por segundos foram cúmplices, cada uma compreendendo e aceitando os caminhos que as levaram até ali. O relógio soou as doze horas e depressa o encantamento desfez-se. Recolocaram as máscaras, e sem trocarem palavra, caminharam para o interior do apartamento. Lobos não podem esperar.

“Não fosse achar exagerado, diria que o conto “o amante defunto” é uma obra prima, daqueles que surpreendem o leitor e nos faz sorrir e pensar. Não sabia que a autora pudesse ter uma imaginação tão fértil e tão bem construída. A cumplicidade silenciosa das mulheres encantou-me. É um conto que se entronca diretamente no realismo mágico que ficou como herança sul-americana apenas porque somos desconhecidos.”

Germano Almeida, escritor

“O forte pareceu-me a tua capacidade de ver dentro das personagens.”

Mário Lúcio Sousa, escritor e músico

“A obra incorpora a urgência da (a)firmação da literatura cabo-verdiana, particularmente da escrita por mulheres, constitui um exercício de inversão, que provoca a possibilidade de contar outras histórias, dar voz e vez aos silenciados, criar outros sujeitos, exercício que se configura uma tarefa urgente, pelo que é também um motivo relevante para a sua publicação.”

Eurídice Monteiro, socióloga e escritora

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Autor

Natacha Magalhães

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