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Detalhes do Produto
- Editora: Tinta da China
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- Ano: 2014
- ISBN: 9789896712266
- Número de páginas: 472
- Capa: Brochada
Sinopse
Em meados do século XIX o crime - a par da industrialização e da urbanização - não só aumenta exponencialmente como se torna tema constante das parangonas. É na cidade de Lisboa que se verifica a sua maior incidência, e é também aí que mais se sentem os receios da população.
A Lisboa afluem pessoas de variadas origens, como os recém-chegados camponeses (em busca de trabalho e em fuga à miséria rural). Um lugar, portanto, de constante cruzamento de identidades e de conflito latente. De facto, as transformações no ambiente urbano produziram tipos específicos de criminalidade, e com uma dimensão sem precedentes.
O crime é sentido como um problema social preocupante, gerando constantes debates e produção jurídica. Os jornais da época, entre outros documentos, demonstram que os crimes eram acontecimentos chocantes que suscitavam a curiosidade de todos os leitores.
A partir das imagens e das informações coligidas para o período entre 1850 e 1910, O Crime em Lisboa procurar esclarecer as dinâmicas do crime na cidade de Lisboa. Para isso, acompanham-se os dramas quotidianos das classes populares de Oitocentos (de onde provinha a maioria dos criminosos e também das suas vítimas) e exploram-se aprofundadamente a sociedade e o exercício do poder no fim da monarquia constitucional.
Por via da realidade criminal - em que o crime representa tendencialmente tudo o que é contrário à sociedade consensual que se quer construir - é ainda possível compreender, mais alargadamente, as formas e as estratégias de exercício da autoridade.
Excerto
«A história do mundo do crime na cidade de Lisboa, numa época de visível transformação, é-nos assim desvendada neste livro inovador, resultado de um amplo trabalho de elevada qualidade científica, fundamentado em múltiplas fontes que se cruzam e completam, estudo devidamente apoiado por uma bibliografia actualizada. Uma história que se integra na história da autoridade e do poder do Estado e dos seus alicerces normativos nesta época.»
Miriam Halpern Pereira, do «Prefácio»