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Sinopse

Plano Nacional de Leitura

Livro recomendado para o 4º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

Em O comboio, a pequena protagonista tem que enfrentar a terrível perda da mãe. O pai recorre a uma história para a ajudar a entender um facto tão doloroso quanto natural.

As histórias foram usadas desde a antiguidade como portadoras de conhecimentos e instrumentos de compreensão. O método de ensino através do conto é muito efetivo, tal como demonstra a sua alta difusão e o emprego desta técnica narrativa por muitas tradições espirituais.

O uso da história com esta finalidade didática e transmissora de verdades universais seria o equivalente às parábolas no evangelho, técnica que também se utiliza no Talmude, no Bhagavad-gita, nos Gathas de Zoastro ou no Corão.

Na sua primeira colaboração com a OQO, as italianas Silvia Santirosi e Chiara Carrer souberam introduzir, tanto no texto como nas imagens, a adequada dose de tato e de delicadeza que um tema deste calibre exige.

Assim, nem a ilustradora recria cenas propícias ao drama, nem a autora recorre a mentiras piedosas para amenizar a perda: todas as noites vais à janela para veres a tua estrela, aquela que descobriste no céu. Não retira escuridão à tua noite, mas estará sempre aí.

A história incide em que as crianças, tal como os adultos, precisam de tempo para assimilar uma perda que sentem profundamente. O comboio está lá parado, papá. Ouve-se o apito do chefe da estação e as portas fecham-se. Deixam-me cá fora, sozinha. Não consegui entrar no comboio. Havia tipo um muro invisível que impedia que eu me mexesse. Agito o meu bilhete no ar. Ponho-me a gritar que tenho mesmo que entrar, apesar de saber que é tarde demais. O comboio parte. Noite após noite, fico a vê-lo desaparecer após uma curva.

Na sua obra-prima, Silvia Santirosi joga com a carga simbólica dos sonhos e do comboio para abordar o temor que implica enfrentar uma nova etapa da vida e ainda mais quando é forçada por uma perda tão forte como a que a protagonista vive.

O comboio nos sonhos é a imagem da vida coletiva, social... Indica um processo psíquico, uma toma de consciência que arrasta uma nova vida. Sonhar perder o comboio está associado a sentimentos de impotência (para continuar a vida) e de insegurança. A evolução pode atrasar-se devido à frustração, ao fracasso...

A estação é o ponto de partida; um símbolo inconsciente. É preciso traçar um novo rumo, está num centro de circulação mas... qual é o caminho certo?

Apanhar o comboio (em sonhos) indicaria superar uma etapa. A dificuldade de entrar é a de se integrar na vida social que se pode dever, entre outras causas, ao isolamento ou à introversão.

Para dar vida a esta precoce aprendizagem, Chiara Carrer aposta em desenhos simples com uma forte carga conceptual com que pretende transmitir o medo, as dúvidas, as incertezas inerentes às "dificuldades de viver"… Temas por que se tem decantado nos seus últimos trabalhos porque lhe dão a possibilidade de explorar "o interior humano" num mundo "com pressas que empurra para a frente e sem tempo para refletir", um espaço que este álbum exige e propicia.

Como explicar-te que as pessoas que amamos morrem, deixam-nos e partem? Como explicar-te que o amor e a alegria fazem parte da vida, tal como a dor e a tristeza? (…) Como explicar-te tudo isto, minha filha?

Então conto-te uma história.

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Autor

Silvia Ca Santirosi

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