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Detalhes do Produto
- Editora: Afrontamento
- Categorias:
- Ano: 2010
- ISBN: 9789723611359
- Número de páginas: 236
- Capa: Brochada
Sinopse
Um homem, uma mulher, uma montanha, uma casa, todos
os outros homens e todas as outras casas, aldeias pequenas,
médias e grandes e uma cidade. Sem nomes, eles são
arquétipos das relações entre os humanos e entre estes e o
património natural e construído. A meio do novelo, escapa
contudo um topónimo que lhe retira o carácter
universalista, pois afinal a utopia tem um nome «Acordou
no paraíso que o homem roubou para a terra ao reino de
Deus: a montanha de Sintra».
Desdenhando da necessidade de conceder verosimilhança à
sua narrativa, o autor aproxima a sua novela da tradição de
realismo fantástico e não pede sequer permissão ao leitor
para lançar para a cena personagens improváveis vivendo
situações impossíveis. Se quisermos aproximar a novela de
Telles de Menezes de um referente português, poderemos
sem dúvida fazê-lo em relação às novelas de José
Saramago, que aspiram a afirmar-se, segundo o Nobel luso,
como «um espaço criativo onde devem estar o ensaio, o
drama, a filosofia, a ciência», oferecendo-se como «um
depósito da sabedoria humana». Saramago propõe-se
proceder, na sua obra, a uma reconceptualização da novela
enquanto género literário; Telles de Menezes oferece uma
designação feliz para essa mudança de perspectiva: em vez
da novela, o novelo (próximo decerto do novelo de lã azul
que Maria Guaivara, a personagem de A Jangada de Pedra,
de Saramago, desfia sem fim). E o que é curioso é que, uma
vez proposto o conceito, ele parece-nos claro e evidente
quando lemos Novelos de Sintra.