Neste romance, as histórias das suas personagens, singulares, entrecruzadas e distintas, revelam o que há de comum e universal a todo o vivente humano: as vicissitudes e perplexidades da existência, os dilemas, os sentimentos, o desejo, que habitam a vida de cada um e a de todos e a tornam uma morada única de cor e de valor, ainda que efémera. O amor, em todas as suas formas, é a condição do ser; o laço poderoso que liga, que une e que, de certo modo, supera a finitude e a contingência, abrindo para o outro, para o mundo, para o futuro. Por isso, falar de amor é falar de ser. Ser-com o próximo e ser-com o que nos rodeia. Ser humano. “Porém, na realidade, ainda que jovial e livre, a leveza do ser é insustentável, o seu acontecer é episódico e etéreo, nada mais do que um breve relance, como o raio de luz de uma estrela cadente a atravessar o firmamento que se extingue antes de tocar o solo, antes de haver tempo de se pedir um desejo, porque, para o bem e para o mal, a existência cumpre-se na gravidade. É o peso que dá chão firme aos pés e que abre o caminho do existente na Terra.” (EXCERTO DA OBRA)