Partilhar

Desconto: 10%
12,60 € 14,00 €
Wishlist Icon

Detalhes do Produto

Sinopse

Neste José Matias, belíssimo conto de Eça, aqui publicado, pela primeira vez, numa edição individual, José Matias, o protagonista, já nasce morto. Está uma linda tarde e ele vai a enterrar. Quem revive os enigmas de José Matias, a sua tensa turbulência, a sua agitada e idiossincrática paixão amorosa, é um amigo, professor de filosofia que, com José Matias, partilhou o gosto e a defesa da filosofia de Hegel. O professor de filosofia interpela outro amigo e convida o a que assista ao funeral, aproveitando a linda tarde que contrasta com a última vez que viu Matias, «numa tarde agreste de Janeiro, metido num portal da Rua de São Bento, tiritava dentro de uma quinzena cor de mel, ruído nos cotovelos, e cheirava abominavelmente a aguardente».

A figura humilde e humilhada, sofrida, de José Matias a tiritar de frio é, obviamente, a figura de um apaixonado. Sofre por amor. Ou talvez se deva dizer que se exalta e transcende por amor.

É essa história de amor – história singularíssima, por ser uma história de recusa do corpo e de exacerbação, talvez perversa, do espírito –, que Eça nos conta, antecipando-se a Freud, ou não caminhasse a ficção alguns passos à frente de muita ciência.


Ler mais

Autor

Eça de Queirós

José Maria Eça de Queirós, conhecido como Eça de Queirós ou Eça de Queiroz, (1845-1900). Um dos maiores escritores portugueses de toda a história e considerado o melhor realista português do século XIX. Em 1871, com a colaboração de Ramalho Ortigão, escreveu a novela policial "O Mistério da Estrada de Sintra". Em 1871, Eça de Queirós proferiu em conferência o tema "O Realismo Como Nova Expressão de Arte", no Cassino de Lisboa. Em 1875, publica o romance "O Crime do Padre Amaro", marco inicial do Realismo em Portugal, onde fez uma crítica violenta da vida social portuguesa, denunciando a corrupção do clero e a hipocrisia dos valores burgueses. A crítica social unida à análise psicológica apareceria também no romance "O Primo Basílio", publicado em 1878, em "Mandarim", de 1880, e em "Relíquia", de 1887. Em 1888, foi nomeado cônsul em Paris, ano em que publica "Os Maias", considerado como a sua obra-prima. No romance observou-se uma mudança na atitude irreverente de Eça de Queirós, deixando-se transparecer os mistérios do destino e as inquietações do sentimento, as apreensões da consciência e os desequilíbrios da sensualidade. Surgia então uma nova fase literária, em que Eça deixava transparecer uma descrença no progresso. A partir de então, passou a manifestar a valorização das virtudes nacionais e a saudade da vida no campo, principalmente retratados nos romances "A Ilustre Casa de Ramires" e "A Cidade e as Serras", no conto "Suave Milagre" e em diversas biografias religiosas.

Ler mais