«O tema geral destas crónicas de António Tavares-Teles - Do Pinhão ao Porto» - evoca o percurso de quem saiu da terra-natal há mais de cinquenta anos e andou pelo país e pelo mundo. (...)
Sente-se forte nostalgia nestas crónicas, em que regressa ao seu Douro, aos tempos da infância e da juventude, no Pinhão ou outras terras do Douro por onde se estendiam laços familiares, como a Régua, onde vivia sua avó, ou Porto Manso, terra dos seus antepassados, arrais e marinheiros do rio.
Talvez por isso, o rio apareça e reapareça em diversas crónicas, sempre como rio perigoso, de mau navegar, cheio de rápidos e de pegos, com muitas histórias de naufrágios. E também a morte dos rabelos, usados no transporte do vinho do Douro para os armazéns de Gaia, vencidos pelo comboio. Aqui e ali, há recordações posteriores, dos tempos da Revolução, apreciações sobre vinhos, reflexões sobre o turismo no Douro.

Gaspar Martins Pereira, do Prefácio