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Desdicionário da Língua Portuguesa

Luís Leal Miranda

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Sinopse

Palavras novas que se não fossem inventadas tinham de existir.

franfolho
s. m. | Uma coisa sem nome, de forma indistinta, que só conseguimos identificar ao apontar e dizer: «É aquilo ali». A palavra «franfolho» surgiu pela primeira vez num dicionário em 1977. Não consta nas edições de anos anteriores nem no léxico de nenhum país de expressão portuguesa.

Vários estudiosos acreditam que «franfolho» surgiu de uma aposta entre lexicógrafos e há quem defenda a existência de um prémio para a primeira pessoa a detetar o intruso. Existe ainda a teoria de que o termo tenha sido incluído no dicionário depois de uma amarga derrota no Scrabble («franfolho» vale 21 pontos). A tese mais comum, no entanto, é a de que o novo vocábulo entrou no dicionário para apanhar as editoras que o andavam a copiar.

«Franfolho» não é a primeira palavra inventada na língua portuguesa porque todas as palavras antes dela também foram inventadas. E não é o primeiro erro do dicionário porque já lá estava a palavra "erro".

O Desdicionário da Língua Portuguesa pretende servir de estufa para palavras sem raiz etimológica, orfanato para nomes de ascendência desconhecida ou mapa para a Atlântida dos significados. Inclui «franfolho» e outras 218 novas palavras novas que se não fossem inventadas tinham de existir.

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Autor

Luís Leal Miranda

Luís Leal Miranda estudou Comunicação Social e é hoje jornalista, argumentista, dramaturgo, redactor publicitário, autor e editor. Fez parte das equipas que fundaram os jornais Sol e i e foi director da Time Out Lisboa.

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