A problemática da Reabilitação confronta o psicólogo clínico, o fisiatra e toda a equipa de Reabilitação com fronteiras reais de apoio e recuperação que na obra de Rui Aragão Oliveira surgem particularmente bem delimitadas. É que para além do clássico vivenciar interno e externo da doença, o Autor coloca em causa o lugar da sua abordagem e da sua aceitação por parte do que sofre. 
O sofrimento é aqui abordado de forma inovadora. É real, tem nome e ganha forma de queixa de direito. Quem sofre tem direito a queixar e não só a encaixar. É para esta exigência que nos alerta e aponta o caminho para uma ajuda consentânea com o sofrimento do sujeito dessa mesma dor. Não importa o tamanho. 
Dói, e dela, da sua intensa e profundidade sabe apenas o sujeito que a experiência. A obra remete pois para os limites da expressão do eu e da compreensão do outro.