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Sinopse

«Breviário do Brasil, acabado de escrever em junho de 1989, é o diário, sem datas mais do que referências à Páscoa, de uma longa viagem feita ao Brasil em finais de março e princípio de abril desse ano, uma promoção do Centro Nacional de Cultura integrada no ciclo Os Portugueses ao encontro da sua História. Neste caso, a história é a do mundo que o português criou, mas é a de Agustina também, (re)conhecimento dos lugares onde o pai e o tio viveram e juntaram fortuna. Este não é o primeiro texto da autora sobre o Brasil, embora seja o mais extenso e abrangente, face ao grande número de lugares visitados; nem foi esta a viagem inaugural às terras de Vera Cruz. Terá sido ao Recife, em 1982, onde esteve, em companhia de Eduardo Lourenço e António José Saraiva — as informações estão esparsas em outros textos, de 82 e 84. No primeiro dos textos publicados, “A Viagem — I”, Agustina já aborda a questão candente que atravessa o Breviário, que é a dissociação, em diferentes níveis, entre Brasil e Portugal.» [Do Prefácio de Anamaria Filizola]

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Autor

Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de Outubro de 1922. A sua infância e adolescência são passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da escritora. Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, tendo desde então mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas, contando até ao momento com mais de meia centena de obras. 
Tem representado as letras portuguesas em numerosos colóquios e encontros internacionais e realizado conferências em universidades um pouco por todo o mundo. 
Foi membro do conselho directivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962). 
Entre 1986 e 1987 foi Directora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direcção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social. 
É membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", atribuído pelo governo francês (1989). 
É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático. 
Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem é amiga e com quem tem trabalhado de perto. Estão neste caso Fanny Owen ("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do Risco ("O Convento"), para além de "Party", cujos diálogos foram igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995). 
Em Maio de 2002 Agustina Bessa-Luís é pela segunda vez contemplada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), relativo a 2001, com a obra O Princípio da Incerteza - Jóia de Família, obra que Manoel de Oliveira adaptou ao cinema com o título "O Princípio da Incerteza", e que foi exibido dias antes da atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.
Agustina Bessa-Luís foi distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais alto galardão das letras em português.

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