O Vale de Torga, onde esta narrativa pousa as asas, poderia ser um lugar qualquer. Mas não é. É um vale real e simbólico, onde se cruzam o visível e o invisível, o quotidiano e o extraordinário.
Nesta história, o leitor encontrará uma escrita contida, quase minimalista, que não explica demais, não impõe moral, não fecha significados. Antes, abre perguntas. Sugere caminhos. Convida ao silêncio, à contemplação, à escuta atenta do mundo e dos seus pequenos milagres.
Bernardo aprende com a borboleta a leveza do voo e a firmeza do gesto. Aprende que há beleza em parar, em observar, em não dominar o que é frágil. Aprende, talvez, que as maiores transformações são silenciosas e que, muitas vezes, o que realmente importa não é o que vemos com os olhos, mas o que sentimos com o coração atento.
Este é um livro que honra a infância, não enquanto idade biológica, mas enquanto lugar interior de onde ainda podemos olhar o mundo com encantamento.
Um livro para quem sabe, ou deseja reaprender, a viver com espanto. E, talvez por isso, um livro necessário, urgente até, numa época em que tudo parece correr depressa demais.
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Beatriz Meireles
Beatriz Meireles nasceu em Paredes, a 30 de junho de 1985. Viveu alguns anos no Porto e uns meses em Lisboa, numa altura em que realizou um curso de formação em jornalismo de televisão. Reside na atualidade em Leça da Palmeira, juntamente com o marido e o filho, e habita de forma temporária a sul do país para escrever, retiro literário por excelência. Como licenciada e mestre em Direito exerceu, durante mais de uma década, a advocacia na terra que é mais a sua, Paredes, apesar do amor que também tem por Penafiel, donde é oriunda a sua família materna. Desde 2017, é Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Paredes, funções que lhe permitem coordenar, entre outros projetos interessantes, a Revista Cultural Orpheu Paredes e o Café Literário, bem como inúmeras exposições de arte na Casa da Cultura de Paredes e noutros espaços culturais. Escreveu algumas crónicas e contos para jornais locais. Autora de três livros publicados: «Depois da morte (um amendoal em flor)»; (2019), «O Visconde das camélias carmesins»; (2020) e o livro infantil «Filipe e o Rei da Nuvem»; (2022).Traz outros tantos ainda escondidos para surpreender os leitores. É apaixonada por flores, biografias, romances e poesia, bem como pela arte. O gosto pelas coisas belas, os lugares de viagem, o património cultural e a vida dos homens impulsionam seriamente a sua escrita, uma espécie de nicotina para quem nunca fumou um cigarro.
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