Tiziano Terzani

Tiziano Terzani nasceu em Florença, em 1938, numa família pobre. Começou a trabalhar como operário na Olivetti, tendo sido mais tarde representante da marca em vários países, o que o trouxe a Portugal. Em 1971, iniciou o seu trabalho, que se prolongaria por 30 anos, como jornalista correspondente na Ásia para o semanário alemão «Der Spiegel», tendo colaborado também nos jornais italianos «Repubblica», «L’Espresso» e «Corriere della Sera». Viveu em Singapura, Hong Kong, Pequim, Tóquio, Banguecoque e Nova Deli, tornando-se num dos jornalistas italianos de maior prestígio internacional. «Pelle di Leopardo», o seu primeiro livro, é o diário do período que passou como enviado na Guerra do Vietname. Em 1975, era um dos poucos jornalistas ocidentais que ainda se mantinham em Saigão, tendo assistido à tomada de poder pelos comunistas. Desta última experiência nasce «Giai Phong! La Liberazione di Saigon» (1976).

A sua longa estadia na China terminaria, em 1984, com um processo de prisão e de expulsão por envolvimento em actividades «contra-revolucionárias», e teve como resultado bibliográfico o livro «La Porta Proibita» (1985). «Buonanotte, Signor Lenin» (1992) é um testemunho ímpar sobre o colapso do império soviético visto da periferia. Em 1998, já depois de «Disse-me Um Adivinho» (1995), é publicado «In Asia», no qual Terzani se debruça sobre este imenso continente. O drama do 11 de Setembro está na origem de «Lettere contro la Guerra» (2002), primeiro passo de uma peregrinação em que o autor defendeu a não-violência como única via possível para travar o ódio, a discriminação e o sofrimento que ameaçam a humanidade.

Terzani morreu em Julho de 2004. O município de Florença honrou a memória do jornalista com um funeral público no Palazzo Vecchio, aonde acorreram centenas de cidadãos.