Rithy Panh

Cineasta feroz e controverso, aclamado pelos documentários S21 — A Máquina de Morte dos Khmers Vermelhos (2003) ou A Imagem que Falta (vencedor do Un Certain Regard em Cannes, em 2013), Rithy Panh (n. 1964) fez do seu percurso uma assombrosa cruzada pela verdade dos acontecimentos durante o extermínio do Kampuchea Democrático. Criança de onze anos quando os Khmers Vermelhos evacuaram Phnom Penh, em 1975, assistiu nos anos que se seguiram ao desaparecimento da sua família — pais, irmãos e sobrinhos pequenos, um a um, executados ou mortos à fome — e à aniquilação programada do indivíduo em nome de slogans e ideais. Refugiado e formado em França, debate-se toda a vida com a natureza do mal, a memória do terror e a gramática eufemística da carnificina, apontando a câmara a um povo amnésico de sobreviventes e torcionários que procuram reconstruir o país sobre ossadas e valas comuns. Com o editor e romancista Christophe Bataille, escreveu, além do presente volume, La paix avec les morts (2020).


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