Elena Bernabè

Desde criança que sonhava tornar-me escritora. Aos nove anos pedi aos meus pais que me oferecessem uma máquina de escrever; a partir de então, a melodia do movimento das teclas impregnou os meus dias. Falava pouco, mas escrevia muitíssimo. Cartas, contos e diários acompanharam a minha infância e, sobretudo, a minha adolescência.

Às portas da universidade, encontrei-me perante um dilema: vou para a Faculdade de Letras ou para a de Psicologia? Escolhi a segunda, e só anos depois me apercebi de que ambos os caminhos estão muito ligados. Agora escrevo a partir do poço maravilhoso da psicologia, do mundo interior.

Escrever é para mim como uma meditação, uma imersão num mundo paralelo, onde posso dar forma às minhas emoções e pensamentos, onde nascem conhecimentos, ideias e soluções. Consegui tornar realidade um dos meus maiores sonhos, e agradeço à vida, às suas portas fechadas, aos seus nãos, aos seus convites e às pedras que me foi mostrando ao longo da viagem: tenho-me sentido carinhosamente acompanhada nesta maravilhosa missão terrena.