Dulce Almada Duarte

Natural de S. Nicolau, Cabo Verde, DULCE ALMADA DUARTE licenciou-se em 1958 em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Coimbra, Portugal, tendo defendido uma tese sobre o crioulo cabo-verdiano.

Foi professora de Português, Francês e Literatura Portuguesa no então liceu “Gil Eanes” do Mindelo, em S. Vicente, onde fez os seus estudos secundários. Em 1960, seguiu para França, onde foi leitora de Português na Faculdade de Letras da Universidade de Caen, na Normandia.

Tendo aderido à luta contra o colonialismo português, representou o PAIGC junto à CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas) e junto ao Comité da Descolonização da ONU em 1962. Nos anos seguintes, atuou na divulgação das ideias revolucionárias no rádio e na imprensa, especialmente no periódico A Libertação, e traduziu a obra de Amílcar Cabral para a língua francesa.

Após a independência do seu país, ocupou cargos nos Ministérios da Cultura e da Educação, tendo sido ainda membro da Comissão Nacional para a Língua Cabo-Verdiana, do Conselho Científico da Fundação Amílcar Cabral e da Associação de Escritores Cabo-Verdianos. Como investigadora da língua, da cultura e da literatura cabo-verdianas, Dulce Almada Duarte apresentou comunicações em inúmeros congressos, simpósios, colóquios, seminário e mesas redondas, tanto no seu país como no Brasil, Portugal, Egipto, Senegal, França (UNESCO), Guiné-Bissau, Cuba e Índia.

Além do livro Cabo Verde – Contribuição para o Estudo do Dialecto falado no seu Arquipélago (tese de licenciatura), é autora do incontornável Bilinguismo ou diglossia?, obra que reúne alguns de seus principais ensaios elaborados entre 1977-1994, e deste Rotas da Cabo-Verdianidade, livro póstumo, que a Rosa de Porcelana Editora tem o privilégio e a responsabilidade de editar.