Em As Teorias da Conspiração, o filósofo e historiador Pierre-André Taguieff explica o conceito que subjaz a essas teorias – são elucidações duvidosas ou falsas que desafiam as versões «oficiais» dos acontecimentos, nomeando um ou vários grupos secretos como responsáveis por projectos de dominação ou exploração. Nestes conspiradores imaginários residirá, alegadamente, a origem de todos os nossos males.

O que gera este tipo de pensamento? Perante uma crise ou problema que não se sabe explicar, por isso traumático, a frustração faz nascer a suspeita e da suspeita surge o discurso de cabala. O problema é que estas as respostas, sendo factualmente falsas, encontram nas redes sociais um palco de privilégio, amplificando-se em novos dogmas.

Em Teorias da Conspiração, Taguieff afirma que o conspiracionismo é a resposta a uma procura social por sentido e coerência, e nada melhor do que formular a hipótese de um inimigo invisível e diabólico que explica todos os males da humanidade.

A verdade é que as narrativas conspirativas reacendem uma certa magia no mundo – ainda que isso signifique povoá-lo de demónios. Mas ao mesmo tempo, acabam por alimentar acusações falsas. Como desconstruir essas ilusões?