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As Colectividades de Cultura e Recreio na Resistência ao Fascismo Português

António Mota Redol

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Sinopse

Este volume de Cadernos Nova Síntese é dedicado às Colectividades Po- pulares de Cultura e Recreio durante o período do Fascismo Português. É uma publicação comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. Muitas das Colectividades populares de Cultura e Recreio foram fundadas ainda no tempo da Monarquia, na maior parte dos casos por militantes republicanos, os quais pretendiam democratizar a Cultura e a Educação. Nelas imperou e desenvolveu-se o ideário republicano.

Com o Golpe Militar do 28 de Maio de 1926, com a instalação da Ditadura e com a Constituição de 1933, grande parte dessa actividade reduziu-se. Muitas Colectividades conseguiram continuar a desenvolver uma actividade cultural e foram locais de Resistência. Muitas recusaram que as suas Bandas participassem em eventos do Regime, quando solicitadas, embora pagando a seguir a factura, com a demissão das Direcções ou cortes de apoios.

Conseguiram implementar Bibliotecas de razoável dimensão, substituindo-se às Bibliotecas Públicas que não existiam, contendo livros e autores de que o Regime não gostava ou perseguia, por vezes com compartimentos disfarçados nas sedes onde se escondiam os livros proibidos, como se conta em alguns textos do presente volume.

Essas Bibliotecas realizavam sessões públicas com os autores, geralmente de Oposição. Especialmente depois dos anos 40, realizaram-se talvez milhares delas, normalmente tendo a presença de agentes da polícia política ou de informadores. Muitas foram proibidas.

A repressão que caíu sobre as Colectividades, além das proibições de actividades, manifestou-se por demissões de Direcções, seguidas de nome- ação de Comissões Administrativas, convocações para comparência para interrogatórios nas autoridades policiais e na PVDE/PIDE/DGS, prisão de dirigentes com o pretexto de “actividades subversivas”.

Os Grupos de Teatro de Amadores desempenharam também um papel muito importante, pois conseguiam levar à cena peças que apresentavam problemas aos espectadores e que colocavam interrogações. Peças aparentemente inócuas podiam ser encenadas de forma a vincar certos aspectos de carácter político ou social que interessava valorizar.

[ANTÓNIO MOTA REDOL]

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Autor

António Mota Redol

Desde jovem, militante da Resistência contra o fascismo, a cidadania activa faz parte da sua forma de viver. Tem a herança genética de um dos grandes vultos da literatura neo-realista em Portugal, mas ao contrário do pai, Alves Redol, António Mota Redol nunca enveredou pela escrita literária. Formou-se em engenharia química no Instituto Superior Técnico. A Liberdade, a Cultura e a Memória estão desde sempre no centro da sua vida. É um homem discreto e de uma modéstia cativante. 1. Nasceu e viveu em Lisboa, hoje vive na Costa da Caparica, mas continua ligado a Vila Franca de Xira, o lugar que costumava visitar nas férias e fins-de-semana. António Redol aproximou-se da Cultura muito naturalmente. Não precisou de qualquer incentivo do pai. Conta que em miúdo ouvia referências a livros e a obras de arte e que foi assim que despontou a sua curiosidade. Recorda-se de ver o pai escrever e leu todas as suas obras. Um dos livros foi-lhe dedicado: “A vida mágica da sementinha”. Depois disso, a semente da Liberdade ficou com ele até aos dias de hoje. Iniciou as suas actividades políticas na Crise Académica de 1962, então como aluno do Instituto Superior Técnico, em acções de propaganda, no desempenho das quais foi detido pela PSP, sendo transferido para a PIDE. Nos anos lectivos de 1962/64 foi responsável da propaganda na Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) e pertenceu ao secretariado das Reuniões Inter - Propagandas, estrutura federativa directamente ligada às Reuniões Inter-Associações (RIA). Em 1963/64 foi eleito Delegado de Curso. Em 1964/65 foi de novo eleito Delegado de Curso e pertenceu à Direcção do Cine-Clube Universitário de Lisboa. Em 1965/66 foi eleito Presidente da AEIST, tendo sido eleito Vice-Presidente no ano seguinte. Em 1967/68 foi eleito Presidente do Conselho Fiscal. Pertenceu à Direcção do Centro Desportivo Universitário de Lisboa (CDUL), estrutura cuja Assembleia Geral era dominada pelas Associações de Estudantes. Foi membro fundador e da Direcção do Centro Popular Alves Redol, em Vila Franca de Xira, cooperativa que foi encerrada pelo Ministério do Interior em 1972, na sequência da luta das cooperativas culturais contra o Decreto-Lei 520/71. Em 1973 foi fundador da Cooperativa Alves Redol, em cujos Corpos Gerentes participou sucessivamente. Entrou para a CDE durante as eleições de 1973, voltando a ser detido em acções de propaganda. A partir dessa data, assegurou colaboração contínua naquela organização política até ao 25 de Abril.

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