As Colectividades de Cultura e Recreio na Resistência ao Fascismo Português
António Mota Redol
Sujeito a confirmação por parte da editora
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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
- Categorias:
- Ano: 2024
- ISBN: 9789895664047
- Número de páginas: 600
- Capa: Brochada
Sinopse
Este volume de Cadernos Nova Síntese é dedicado às Colectividades Po- pulares de Cultura e Recreio durante o período do Fascismo Português. É uma publicação comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril de 1974. Muitas das Colectividades populares de Cultura e Recreio foram fundadas ainda no tempo da Monarquia, na maior parte dos casos por militantes republicanos, os quais pretendiam democratizar a Cultura e a Educação. Nelas imperou e desenvolveu-se o ideário republicano.
Com o Golpe Militar do 28 de Maio de 1926, com a instalação da Ditadura e com a Constituição de 1933, grande parte dessa actividade reduziu-se. Muitas Colectividades conseguiram continuar a desenvolver uma actividade cultural e foram locais de Resistência. Muitas recusaram que as suas Bandas participassem em eventos do Regime, quando solicitadas, embora pagando a seguir a factura, com a demissão das Direcções ou cortes de apoios.
Conseguiram implementar Bibliotecas de razoável dimensão, substituindo-se às Bibliotecas Públicas que não existiam, contendo livros e autores de que o Regime não gostava ou perseguia, por vezes com compartimentos disfarçados nas sedes onde se escondiam os livros proibidos, como se conta em alguns textos do presente volume.
Essas Bibliotecas realizavam sessões públicas com os autores, geralmente de Oposição. Especialmente depois dos anos 40, realizaram-se talvez milhares delas, normalmente tendo a presença de agentes da polícia política ou de informadores. Muitas foram proibidas.
A repressão que caíu sobre as Colectividades, além das proibições de actividades, manifestou-se por demissões de Direcções, seguidas de nome- ação de Comissões Administrativas, convocações para comparência para interrogatórios nas autoridades policiais e na PVDE/PIDE/DGS, prisão de dirigentes com o pretexto de “actividades subversivas”.
Os Grupos de Teatro de Amadores desempenharam também um papel muito importante, pois conseguiam levar à cena peças que apresentavam problemas aos espectadores e que colocavam interrogações. Peças aparentemente inócuas podiam ser encenadas de forma a vincar certos aspectos de carácter político ou social que interessava valorizar.
[ANTÓNIO MOTA REDOL]
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