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- Editora: Gradiva
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- Ano: 2015
- ISBN: 9789896166304
- Capa: Brochada
Sinopse
«É pouco afirmar que Alberto João Jardim deixou uma marca inapagável e transformadora na
história dos quase 600 anos de povoamento do arquipélago madeirense. Haverá uma história
da Madeira antes e depois de Alberto João. [
]
Acima de tudo, Alberto João Jardim ficará na memória coletiva da opinião pública e no meio
político português da democracia contemporânea fundamentalmente como uma voz dissonante.
Popular é e ficará popular para muitos, especialmente para o povo simples que aprecia
políticos sem papas na língua, e valoriza um presidente do governo que conversa, convive
e festeja com todos, querendo escutar diretamente os problemas da boca das pessoas e
muitas vezes garantindo imediatamente a solução a dar, numa espécie de democracia em
direto. Contudo, é um político receado e até detestado por alguns setores das elites
políticas e intelectuais devido às suscetibilidades criadas pelo seu estilo de liderança.
A imagem estereotipada que tem sido cristalizada a partir da forma provocadora de lidar
com os jornalistas, de afrontar os seus críticos e de discursar em registo de campanha
eleitoral tornou-se dominante nos juízos correntes sobre Alberto João Jardim entre as
elites continentais. Esta imagem negativa, que acende muitas críticas, contrasta com a
perceção muito diferente com que se fica de Alberto João Jardim em situações e ambientes
sociais e culturais, onde a mais conhecida postura combativa deste líder, defensor
estrénuo da Madeira contra todos os seus inimigos, que não tem pejo em nomear e
caracterizar de forma veemente, dá lugar ao perfil do gentleman, culto, simpático,
acolhedor e com grande sentido de humor. Quem conhece os dois lados desta personalidade
fica desconcertado com o contraste impressionante entre o Alberto João Jardim dos comícios
e das respostas agressivas a alguns jornalistas do Continente e da Madeira e o Presidente
do Governo a discursar em congressos científicos e culturais, falando com saber,
ponderação e reflexões estimulantes para médicos, historiadores, engenheiros, arquitetos,
etc. Parecem duas personalidades diferentes, mas na verdade são dois estilos exercitados
para serem adequados a diferentes situações e públicos.
O líder madeirense é, pois, uma das figuras mais polémicas, mais desconcertantes e mais
peculiares da história da democracia portuguesa dos últimos 40 anos. Por isso, mais do que
a marca material deixada pela sua longa governação, ficará na história política como uma
personalidade incontornável enquanto caso de estudo que merecerá a atenção dos cientistas
políticos.»